quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Anjo de Mim

Prólogo



Setembro de 1976 as 07h30min da manhã, Eduard voltava do serviço cansado, louco para chegar em casa, desceu do ônibus da empresa que trabalhava muito antes do ponto que costumava descer, algo o incomodava , resolveu ir a pé para casa, não era um caminho muito movimentado, ruas vazias naquele dia fria, imerso em seus pensamentos ele seguia sem olhar para os lados, sua mente viajava no tempo, desde que se casará sonhava em ser pai, mas Deus não lhe concederá essa dádiva, tanto ele quanto a sua mulher eram estéreis.

Sempre que podia orava a Deus para que um dia eles pudessem ao menos adotar uma criança, mas com a situação financeira deles ninguém se atrevia lhes conceder a guarda de uma criança. Ao passar por um beco, escuro, sombrio e cheio de muito lixo, parou, pois ouvi um choro de criança, buscou com os olhos e não via nada, apenas lixo e alguns jornais em um canto da parede, protegido pelo teto de uma construção abandonada.

Meio assustado, foi até aquele monte de jornal, remexeu com os pés e o choro ecoou pelo beco, ele deu um grito, pois jamais ousaria imaginar uma cena tão triste em sua vida. Diante de seus olhos um bebezinho recém-nascido ainda com o cordão umbilical e completamente nu estava ali protegido apenas com aqueles jornais sujos.
 Pegou a em seus braços com os olhos cheios de lagrimas e a envolveu com o casaco de encontro ao peito. Muito emocionado, ajoelhou-se no chão, e agradeceu a Deus pelo presente que a muito ele e a esposa esperavam. Um filho, ou melhor, uma filha era tudo o que faltava para encher a humilde residência de amor. Ele chegou em casa com a menina em seus braços, chamou por Lídia.
_ Mulher venha ver o que eu encontrei para nós, venha.

_ Calma homem, o que é tão importante assim? - Disse apressada

_ Veja -Disse descobrindo o rostinho da pequena criança em seus braços.

_ Oh meu Deus, Eduard de onde ela surgiu?

_ Encontrei-a em um beco vindo para casa, Deus atendeu nossos pedidos.

_ Tenho medo, não podemos ficar com ela e se alguém procurá-la? - Disse pegando a pequena em seus braços.

_ Não creio, veja ela foi abandonada, e será nossa filhinha, a filhinha que Deus enviou para nós.

_ Obrigada meu Deus, ser mãe era tudo o que eu mais queria. - Disse segurando firme a criança de encontro ao seu peito.

_ Temos que dar um nome a ela. – Disse ele.


_ Não consigo pensar, o que tem em mente?

_ Vindo para casa, triste com essa dificuldade de ser pai, com a mente obscura, quando a encontrei uma paz muito grande me invadiu, pensei em Clara.

_ Clara? Sim o nome dela será Clara, nossa Clarinha.

E a menina cresceu, sempre soube que eles não eram seus pais verdadeiros e se orgulhava dos pais que a vida havia lhe dado.


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